Temos o que comemorar?

Mulher séria olhando para frente

Temos o que comemorar?

Mulher séria olhando para frente

Sem lembrancinhas, por favor!

Esse mês comemoramos o dia Internacional das Mulheres e vocês sabem… não queremos lembrancinhas, queremos ser lembradas. Pela nossa luta, pelo nosso empenho e pelo nosso merecimento. Costumamos comemorar. Mas poderíamos? Nós temos o que comemorar? Vamos falar hoje sobre algumas questões pelas quais nós mulheres passamos e que ainda nos trazem algum tipo de constrangimento e dor, e nos colocam em uma situação de vulnerabilidade que só reafirma que o feminismo deve sim existir e ampliar o discurso sobre as nossas questões e abrir um diálogo de igualdade.

Em relação à vida doméstica, nós mulheres ainda somos responsáveis, na maioria das vezes, pelas tarefas de casa. Não que uma mulher não possa se ocupar disso, estamos falando aqui da obrigação que pesa sobre cada uma de nós sobre o disfarce de “tem mais sensibilidade e carinho para cuidar da casa”. O lar não é o lugar mais aprazível para muitas mulheres. O Instituto Maria da Penha divulgou números de pesquisa (Clique aqui para ver inteiro) que afirmam que a cada 7 segundos uma mulher sofre violência doméstica. Em 2013, a cada dia morreram 13 mulheres, sendo 30% delas assassinadas pelos seus próprios companheiros.  Esses números tão trágicos não pararam. Pelo contrário. Há indícios de que a violência doméstica tenha aumentado. O Mapa da violência 2015 prevê um aumento de 21% nesse tipo de violência. E isso é muito assustador.

Em 2015, o anuário brasileiro de violência pública registrou 1 estupro a cada 11 minutos no Brasil, clique aqui para ver inteiro, e a cada 11h o estupro ocorre em locais públicos (na cidade de São Paulo). Somente 15,7% dos acusados por estupro foram presos, segundo o G1 (no período de Janeiro a Julho do ano passado).  Esse é o nosso mundo e flores e chocolates.

E as questões não param por aí. Apesar de termos maior escolaridade, ganhamos menos que os homens, e os cargos de liderança ainda estão longe de serem igualitários. As mulheres correm mais, e alcançam menos, falando de uma forma resumida.

Em relação à higiene, saúde e cuidados pessoais, as grandes redes farmacêuticas criam cada vez mais produtos descartáveis, tóxicos e agressivos, e tentam nos convencer de que nosso corpo tem o cheiro ruim, tem pêlos demais, é estranho, e nenhum deles nos ajudam a nos aceitar ou nos conhecer.  Muito pouco foi feito em relação a pesquisas sobre nossos corpos, a vagina ainda é um tabu e as questões do corpo da mulher ficam reduzidas à questões estéticas, apresentando-nos como um mero enfeite no mundo. Não somos. Apesar dos meios alternativos de higiene, de cuidados íntimos, o acesso a eles ainda não está para todas nós, por informação ou por outro motivo.

É hora de analisar o nosso redor para decidirmos o lugar ideal para caminhar. Nós temos essa escolha.

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