Na rua e menstruada

Na rua e menstruada

Como mulheres que moram na rua lidam com o período menstrual

Sempre atribuímos às dificuldades menstruais às mulheres de países subdesenvolvidos, já que, como sabemos, elas sofrem com o período menstrual por diversas questões (fizemos um texto sobre isso, que está aqui – “A menstruação ao redor do mundo”). Infelizmente, a questão menstrual ultrapassa a questão dos países ricos e pobres, e é mais abrangente ainda, já que os países tidos como “desenvolvidos” ainda têm problemas relacionados à mulheres, menstruação e saúde íntima, sobretudo no que diz respeito às mulheres em situação de rua.

Estar em casa, menstruada, embora possa não ser extremamente agradável para algumas mulheres, ainda tem o benefício do conforto. Já pararam para pensar como vivem as mulheres de rua, durante o seu período menstrual? Essa questão é incrivelmente complexa, e coloca a mulher em uma posição delicada, já que muitas vezes além de não ter acesso ao banho, por exemplo, também não têm acesso aos absorventes íntimos, e acabam sendo obrigadas a optar por métodos “alternativos”, dentro de suas possibilidades.

Temos relatos de diferentes objetos que são usados como absorventes, para que o período seja menos difícil, mas, como na grande maioria das vezes esse objetos não são adequados, a situação se complica ainda mais, causando infecções, por exemplo. Miolos de pão, plásticos diversos, meias, rolhas e sementes de frutas são alguns exemplos relatados para as assistentes sociais. Comprar absorventes descartáveis representa um gasto que essas mulheres não podem ter.

Só nos EUA, o The U.S. Department of Housing and Urban Development estima que são mais de 50.000 mulheres que passam por essa situação todos os meses. Muitos programas sociais se ocupam em distribuir absorventes, mas algumas das mulheres se sentem envergonhadas de pegar, o que nos mostra como o tabu sobre a menstruação é grande, mesmo em situações extremas de  necessidade.

Todas essas questões ultrapassam valores sanitários e médicos, e atingem questões de dignidade humana, por isso, devemos questionar sempre os métodos mais simples e práticos de tornar a menstruação cada vez menos difícil, e mais natural.

Compartilhamos aqui com vocês um vídeo que mostra a situação dessas mulheres (em inglês):

 

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