Menstruação consciente: conectando-se com o seu ciclo menstrual

Coletor menstrual é mais sustentável que absorventes descartáveis

Menstruação consciente: conectando-se com o seu ciclo menstrual

Coletor menstrual é mais sustentável que absorventes descartáveis

Mariana Betioli, obstetriz e criadora da marca de coletores menstruais Inciclo, destaca a importância do Plastic Free July – Julho Livre de Plástico

Como ter uma menstruação consciente? Já não é novidade que a produção, o consumo e o descarte de plástico geram diferentes impactos socioambientais. É um material que demanda muita energia para ser fabricado, além de contaminar o solo e os oceanos quando é jogado fora de maneira indevida.

Mariana Betioli, obstetriz e criadora da marca de coletores menstruais Inciclo, destaca a importância do Plastic Free July – Julho Livre de Plástico, campanha que começou na Austrália, mas está sendo adotada por todo o mundo durante este mês.

“Os produtos plásticos de uso único — aqueles com vida útil efêmera, ou seja, que são descartados após a sua utilização —, constituem a maior preocupação dos especialistas. Entre 30% e 40% da produção atual são compostos por esse tipo de material, que incluem copos, canudos, talheres, além de absorventes externos e internos descartáveis”, explica.

A Organização das Nações Unidas (ONU) apontou, em uma pesquisa de 2018, que a humanidade produz mais de dois bilhões de toneladas de lixo por ano. Mais de 78 milhões de toneladas de resíduos sólidos têm origem só no Brasil. Desse total, cerca de 14% são de plástico, o que torna o país o quarto maior produtor de lixo plástico no mundo – perdendo apenas para Estados Unidos, China e Índia.

Os principais produtos que pensamos quando o assunto é produtos feitos de plástico são garrafas PETs e embalagens. Mas a verdade é que praticamente todos os itens que usamos diariamente são produzidos a partir dessa matéria-prima. Isso inclui os produtos de higiene íntima.

O coletor menstrual

Surgindo como uma solução sustentável para o período de menstruação, o coletor menstrual pode ser um ótimo aliado se a intenção é reduzir o consumo de plástico no cotidiano. O coletor menstrual é um copinho de uso interno feito de silicone que se ajusta à vagina para – como o próprio nome indica – coletar o sangue da menstruação, em vez de absorvê-lo. A principal diferença é que ele pode ser lavado e reutilizado, sendo uma ótima opção para quem deseja reduzir o consumo de plástico. Entre outros benefícios além da praticidade, estão o conforto e a economia.

“O uso do coletor menstrual, além de prevenir infecção, é muito mais sustentável porque evita o consumo de incontáveis pacotes de absorventes, porque o copinho é reutilizável e pode ser usado por até 3 anos. O coletor menstrual é capaz de coletar duas a três vezes mais do que os absorventes comuns”, explica a CEO da Inciclo. Por conta disso, diminui o descarte de absorventes na natureza.

Impacto no meio ambiente

O impacto dos absorventes descartáveis no meio ambiente é evidente, como destaca Mariana. Uma mulher tem em média 520 ciclos menstruais durante sua vida, o que representa um descarte de dez mil absorventes tradicionais por mulher. No mundo todo, estima-se que são 2,5 bilhões de mulheres que menstruam. Só com esses números, a gente consegue imaginar a quantidade de lixo gerado”, alerta.

Levando em consideração que o plástico demora, em média, 400 anos para se decompor na natureza, esse lixo não vai desaparecer no planeta de uma hora para outra. Portanto, conhecer métodos alternativos de higiene pessoal se torna um gesto de responsabilidade, assim como apostar em formas mais ecologicamente conscientes de coletar o sangue menstrual.

“Sem dúvida, a poluição plástica é um dos maiores desafios ambientais hoje em dia. O impacto causado pelos produtos descartáveis poderia ser reduzido se baseássemos nossas escolhas em materiais menos poluentes, e que podem ser reaproveitados, em vez de usados uma só vez.

Do ponto de vista do planeta, não existe ‘jogar fora’. Por isso, é melhor começar a questionar coisas bem básicas, como a higiene pessoal, de maneira que isso possa ir crescendo e tomando uma proporção maior com o passar do tempo”, completa a profissional.

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