Coletor menstrual: nova pesquisa revela outras perspectivas.

Coletor menstrual: nova pesquisa revela outras perspectivas.

Aprática e o apoio das amigas são fundamentais para que 70% das mulheres continuem a usar coletor menstrual. O dado vem de uma revisão de 43 estudos, publicada nesta terça-feira (16) na revista The Lancet Public Health.

A pesquisa, que incluiu dados de 3.300 mulheres jovens e adultas, também afirma que os utensílios são seguros para a saúde e protegem mais contra eventuais vazamentos –  extravasam até menos do que absorventes descartáveis.

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Segundo Penelope Phillips-Howard, principal autora do estudo, poucos trabalhos científicos até agora compararam a eficácia e a segurança de produtos higiênicos usados pelas mulheres durante o fluxo. “Nosso objetivo foi resolver isso resumindo o conhecimento atual sobre vazamento, segurança e aceitabilidade dos copos menstruais, comparando-os a outros produtos”

Os chamados “copinhos” coletam o fluxo sanguíneo em vez de absorvê-lo. Assim como absorventes internos, eles são inseridos na vagina e podem ser esvaziados em até 12 horas. Existem atualmente dois tipos: um em forma de sino (o coletor comum) e outro que é colocado ao redor do colo do útero no alto da vagina, como um diafragma (esse é o coletor cervical).

Os materiais utilizados para fabricá-los são silicone, borracha ou látex. Ao contrário dos absorventes externos ou internos, o coletor não é descartável – seguindo as instruções de uso, pode durar até 10 anos. 

O estudo analisou também eventuais riscos do acessório à saúde feminina, e a conclusão é que ele não aumenta a probabilidade de infecções. Dentre todos os casos avaliados, houve cinco episódios de síndrome do choque tóxico (SCT) – infecção causada pela toxina de bactérias específicas e que, nas mulheres, costuma ser provocada pelo uso prolongado de absorvente interno. Como não há um levantamento oficial do número de usuárias do copo menstrual, os autores da pesquisa não conseguiram comparar o índice de SCT com outros métodos. 

O coletor tampouco se mostrou nocivo à flora vaginal. Em estudos que examinaram a vagina e o colo do útero, nenhum dano tecidual foi identificado.

A dificuldade em remover o copinho do canal vaginal (a ponto de precisar ir ao médico) foi  relatada duas vezes para copos vaginais e 47 vezes para copos cervicais. Algumas mulheres usam esses utensílios junto com dispositivos intrauterinos, como DIU. Em 13 casos, o item contraceptivo acabou saindo na hora em que a mulher foi tirar o coletor. Para os pesquisadores, a combinação de DIU e coletor precisa ser melhor estudada. 

A diferença de preço também foi analisada pelos pesquisadores: os coletores são mais econômicos a longo prazo. Na hora da compra, eles até custam mais caro do que um pacote de absorvente. Mas pense que podem ser usados por até uma década – enquanto os descartáveis precisam ser comprados a cada ciclo menstrual. 

Os resíduos de plástico que vão parar na natureza também podem ser reduzidos: em 10 anos, estima-se que um coletor crie 0,4% dos resíduos gerados por absorventes externos ​​ou 6% dos produzidos por absorventes internos. Moral da história: ao que parece, o copinho é uma boa não só para o dia a dia das mulheres, mas também para a saúde, o bolso e o meio ambiente.

A reportagem é compartilhada da revista Galileu , de 17 de Julho de 2019.

Leia no original aqui: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2019/07/cientistas-investigam-seguranca-do-coletor-menstrual-pela-primeira-vez.html

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