Viver a própria sexualidade de forma consciente é um ato de autocuidado e responsabilidade. O sexo seguro vai muito além do uso da camisinha, ele envolve conhecimento sobre o corpo, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), proteção contra gravidez indesejada, e, principalmente, respeito consigo mesma e com o outro.
Neste artigo, você vai aprender o que é sexo seguro de verdade, quais métodos existem, como se proteger em diferentes tipos de relação e por que essa prática é fundamental para sua saúde física, emocional e sexual.
O que é sexo seguro?
Sexo seguro é qualquer prática sexual feita com cuidados que minimizam os riscos de contágio por ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e a chance de uma gravidez não planejada. Mas não é só isso: sexo seguro também significa fazer escolhas conscientes, com consentimento, responsabilidade e respeito mútuo.
Ter uma vida sexual ativa e saudável é direito de todas as pessoas, mas isso exige informação e atitude. Sexo seguro inclui:
- Uso correto e regular de preservativos (masculino ou feminino)
- Testes regulares para ISTs
- Vacinação (como HPV e Hepatite B)
- Contracepção segura (como pílula, DIU, etc.)
- Diálogo aberto com o(s) parceiro(s)
- Consentimento claro e comunicação sobre limites e desejos
Quais os principais métodos de sexo seguro?
Existem diversas formas de se proteger durante a relação sexual. O ideal é escolher métodos que façam sentido para você, seu corpo e seu estilo de vida. Conheça os principais:
1. Preservativo masculino e feminino
São as únicas formas de prevenção que protegem contra ISTs e gravidez ao mesmo tempo. Devem ser usados desde o início da penetração — inclusive no sexo oral e anal. Nunca use os dois ao mesmo tempo (um pode rasgar o outro).
2. Testes de ISTs
Fazer exames regularmente (especialmente entre trocas de parceiros) é uma prática de autocuidado. Mesmo sem sintomas, muitas infecções podem estar presentes. Testes gratuitos são oferecidos em postos de saúde.
3. Contraceptivos hormonais ou de barreira
- Pílula anticoncepcional
- DIU (de cobre ou hormonal)
- Implante hormonal
- Injeção mensal/trimestral
- Diafragma
Lembrando: esses métodos previnem somente a gravidez, e não protegem contra ISTs. Por isso, o ideal é combiná-los com o uso do preservativo.
4. PrEP e PEP
- PrEP (profilaxia pré-exposição): medicamento tomado por pessoas que não vivem com HIV, mas que querem se proteger em situações de maior risco.
- PEP (profilaxia pós-exposição): deve ser iniciada até 72h após uma relação de risco. Disponível gratuitamente no SUS.
Como usar camisinha da forma certa?
Mesmo sendo o método mais conhecido, a camisinha ainda é mal utilizada por muitas pessoas, o que reduz sua eficácia. Veja como usar corretamente:
Preservativo masculino:
- Verifique a validade e se a embalagem está intacta.
- Abra com cuidado (sem usar os dentes ou objetos cortantes).
- Coloque com o pênis ereto, antes da penetração.
- Aperte a ponta para tirar o ar e desenrole até a base.
- Após o ato, segure a base ao retirar e jogue no lixo.
Preservativo feminino:
- Pode ser inserido até 8h antes da relação.
- Insira o anel interno dentro da vagina com os dedos, até o fundo.
- O anel externo fica do lado de fora, cobrindo a vulva.
- Após o uso, torça para fechar e descarte no lixo.
A camisinha não deve ser reutilizada e nunca se deve usar duas juntas (o atrito pode rasgar).
Sexo seguro também vale para sexo oral?
Sim! Muitas ISTs podem ser transmitidas por meio do sexo oral, como HPV, herpes, sífilis, gonorreia, clamídia e HIV. Por isso, é importante também se proteger durante esse tipo de relação.
Como se proteger no sexo oral:
- Use camisinha masculina ou feminina cortada (como uma barreira bucal).
- Evite sexo oral se houver feridas, machucados ou sangramentos na boca ou na região genital.
- Não compartilhe brinquedos sexuais sem higienização adequada ou uso de preservativo.
Quais os riscos de não praticar sexo seguro?
A ausência de sexo seguro pode trazer consequências sérias e, muitas vezes, silenciosas. Entre os principais riscos estão:
- Gravidez não planejada, especialmente em relações desprotegidas e sem uso de métodos contraceptivos.
- Transmissão de ISTs, que podem causar desde incômodos leves até complicações graves, como infertilidade ou câncer.
- Impactos emocionais, como culpa, ansiedade e medo, principalmente quando a relação ocorre sem consentimento claro ou informação adequada.
Sexo seguro é também um ato de autonomia emocional, pois você passa a fazer escolhas com mais segurança e tranquilidade.
Como falar sobre sexo seguro com o parceiro ou parceira?
Falar sobre sexo seguro pode parecer desconfortável no começo, mas é fundamental para que a relação seja baseada em respeito e confiança.
Dicas para abordar o assunto:
- Escolha um momento tranquilo e sem pressa.
- Use frases como: “Você costuma usar preservativo?” ou “Vamos fazer os exames juntos?”.
- Fale sobre o que te faz sentir segura e escute também o outro lado.
- Reforce que sexo seguro é cuidado, não desconfiança.
Se a pessoa se recusa a usar preservativo ou desrespeita seus limites, isso é um sinal de alerta. O seu bem-estar sempre vem em primeiro lugar.