A conexão feminina com o corpo se perdeu com o isolamento. Mas cada vez mais mulheres estão sentindo o chamado e buscando esse resgate. Todo mundo ganha, mulheres, natureza e sociedade.
Antigamente lavávamos nossas roupas nos rios conversando com outras mulheres. Quando entrávamos na lua, entrávamos todas juntas e sentávamos na terra, doando nosso sangue sagrado e tecendo sonhos com outras mulheres. Quando tínhamos um filho no útero, ganhávamos a companhia constante de outras mulheres, compartilhando toda a arte de gerar e de dar a luz. Tecíamos, bordávamos, plantávamos, cantávamos sempre juntas. Criávamos nossos filhos juntas. Entendíamos de ervas e compartilhávamos os segredos das medicinas da terra.
Quando perdemos esses hábitos, nos isolamos e perdemos essa dose maravilhosa de ocitocina (hormônio do amor, fabricado também durante o trabalho de parto) que fabricamos quando estamos entre mulheres.
Começamos a achar normal toda essa individualidade. Começaram a nos rotular de fúteis, que gostamos de comprar, de cuidar da aparência, que falamos demais, que só falamos de homens.
Esquecemos a arte de parir. Começamos a achar normal cortarem nossos úteros para dar a luz. Achamos normal também não devolver nosso sangue lunar pra terra a cada 28 dias, e usar absorventes descartáveis poluindo nossa Mãe Terra. E como nos desconectamos da lua e da terra, e do nosso ciclo lunar começamos a achar normal tomar pílulas bombas de hormônios, porque não conhecíamos mais nosso corpo para saber quando estávamos férteis. E ai trocamos as sagradas medicinas da Mãe Terra, por medicinas controladoras do nosso corpo.
Mas algo estava gritando dentro de todas nós. Algo estava faltando. E por isso, no mundo todo, essas sementinhas adormecidas voltaram a brotar. Mulheres e mais mulheres voltaram a olhar paro céu, pôr a mão na terra, sentir e honrar seu sangue, querer parir em paz. Mulheres voltaram a querer estar com mulheres. Em volta do fogo. E em volta de seus próprios corações. E circulos de mulheres voltaram a acontecer no mundo todo…
Bem vindas hermanas amadas, a esse despertar!
Endorfinai-vos e Ocitocinai- vos.
Amor e Gratidão!
Participe do Movimento Plante Sua Lua – Medicinas Naturais para Mulheres e Sabedoria Ancestral Feminina
Texto de Anna Sazanoff – Terapeuta ayurvédica e Idealizadora do Festival Sulamericano dos Sagrados Saberes Femininos