Conheça a Mariana, a criadora da Inciclo!

Conheça a Mariana, a criadora da Inciclo!

É com muito carinho que compartilhamos com vocês hoje uma entrevista com a fundadora da Inciclo. Conhecer a história dela é conhecer um pouco da Inciclo. <3

 

Oi, Mari. Conte um pouco sobre você? O que você faz?

Eu sou obstetriz, trabalho com saúde da mulher há quase 10 anos e tenho três filhos.

 

Como você vê a questão na mulher na sociedade moderna?

Apesar de muito termos evoluído, vejo que ainda não há um equilíbrio. As mulheres conquistaram muitos direitos nas últimas décadas, ganharam voz e autonomia, no entanto, continuamos a sofrer com a cultura machista que ainda impera na sociedade moderna (e dentro das nossas casas). Essa opressão às vezes acontece de forma explícita e violenta, às vezes disfarçada e sutil, mas o fato é que essa liberdade toda não acontece na prática.

Eu acredito que a forma como a mulher se relaciona com ela mesma (e isso começa com o próprio corpo) é que pode contribuir de verdade para essa mudança que tanto precisamos.

 

Porque teve a ideia de criar um coletor menstrual para mulheres brasileiras?

Decidi criar o Inciclo porque ele é muito mais do que um produto de higiene. Para mim, o uso do copinho é uma revolução. E quem já usa, sabe do que eu estou falando. O ciclo menstrual tem um significado muito importante para nós, mulheres, mais do que imaginamos. E é através da menstruação que se inicia esse processo de cura. Cura das feridas emocionais, da sexualidade, da auto-estima, da forma de se relacionar com as pessoas e com a vida.

 

Qual é a maior preocupação da Inciclo ?

Não acredito que seja uma preocupação, mas sim um objetivo, que é oferecer meios para que as mulheres possam ser livres, sintam-se plenas e descubram o grande poder que têm dentro de si.

 

Sobre a menstruação, você acha que ainda hoje é tratada como tabu? Porque?

Infelizmente é ainda um grande tabu. Claro que menos do que era no tempo das nossas avós, mas quantas de nós já não teve vergonha de dizer que estava menstruada, morria de medo que o absorvente marcasse a roupa, cancelou um encontro por causa da menstruação e por aí vai.

No Brasil, as mulheres não são trancadas numa cabana durante todo o período menstrual como no Nepal, mas há diversas crenças que são passadas de geração para geração que passam a ideia de que é algo sujo, algo que devemos esconder. Praticamente todas as religiões associam a menstruação à algo negativo.

Tem um texto muito bacana no nosso blog sobre como diferentes sociedades lidam com todos os tabus relacionado ao período menstrual. http://blog.inciclo.com.br/menstruacao-ao-redor-do-mundo/

 

Você tem orgulho da Inciclo, porque?

Tenho muito orgulho de poder ter contribuído para que centenas de milhares de mulheres pudessem fazer as pazes com o próprio corpo e com seus ciclos. Ver mulheres que antes escondiam o absorvente na cestinha da farmácia e agora postam foto com o Inciclo nas redes sociais é maravilhoso e representa muita coisa.

 

Lembra de alguma coisa muito especial que tenha acontecido por conta da criação do seu produto?

Para mim é sempre muito especial ver o relato das mulheres, todas elas, mas uma me chamou muito a atenção. Era uma moça que não tinha os movimentos das pernas e ficava sempre feridas horríveis por causa dos absorventes e por ficar sentada o tempo todo. Isso causava um grande desconforto e ela tinha infecções com muita frequência. Quando ela passou a usar o Inciclo isso nunca mais aconteceu.

 

Podemos esperar alguma novidade da Inciclo? Vocês pensam em incluir novos produtos ou novidades sobre higiene e intimidade feminina?

Estamos preparando muitas novidades. São novos produtos que, de uma maneira diferente, também vão de encontro ao que é o meu propósito com a empresa: que as mulheres possam ser livres, sintam-se plenas e descubram o grande poder que têm dentro de si.

 

Como você vê o futuro das mulheres em relação ao seu corpo e seus tabus?

Estou cheia de esperança! Acredito que estamos avançando a passos cada vez mais largos no sentido de trazer o equilíbrio que a sociedade precisa. As mulheres já não estão mais se contentando com pouco, estão percebendo que merecem mais. Sim, porque merecemos sim muito mais. No entanto, a mulher, para se ver como merecedora de ter aquilo que deseja, ter autonomia, liberdade e para sentir prazer é preciso que se aceite em primeiro lugar. Se aceite por completo. Seu corpo, seu ciclo, seus desejos e fluidos.

 

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