A importância de autodiagnosticar nossa menstruação

A importância de autodiagnosticar nossa menstruação

Menstruação é um processo natural do corpo feminino que acontece todo mês, mostrando que não houve uma gravidez. Mas você sabia que a menstruação pode contar muito mais do que isso

Nosso corpo nos fala através da menstruação a cada mês, ou seja, a cor, quantidade, duração e regularidade do fluxo podem ser pistas de como está a saúde da mulher, tanto física quanto emocional.

Neste artigo, vamos te mostrar por que é importante autodiagnosticar a menstruação, ou seja, ficar de olho e anotar as características do ciclo menstrual. Assim, podemos perceber possíveis mudanças, doenças ou desequilíbrios hormonais que podem atrapalhar nossa qualidade de vida. Acompanhe!

O que é a menstruação?

A menstruação é um fenômeno biológico que faz parte do ciclo reprodutivo da mulher. Ela consiste na eliminação de sangue e tecido do endométrio, que é a camada interna do útero, através da vagina. A menstruação ocorre quando não há fecundação do óvulo pelo espermatozoide, ou seja, quando não há gravidez.

O ciclo menstrual é o período entre uma menstruação e outra, que geralmente dura 28 dias, mas pode variar de mulher para mulher. O ciclo menstrual é regulado por hormônios produzidos pela hipófise e pelos ovários, que controlam as fases do ciclo: folicular, ovulatória e lútea.

Na fase folicular, o hormônio FSH estimula o crescimento de um folículo ovariano, que contém um óvulo imaturo. O folículo também produz o hormônio estrógeno, que prepara o endométrio para receber o embrião, caso haja fecundação.

Na fase ovulatória, o hormônio LH provoca a ruptura do folículo e a liberação do óvulo, capturado pelas trompas de Falópio. Esse é o momento mais fértil do ciclo, pois o óvulo pode ser fecundado por um espermatozoide.

Na fase lútea, o folículo rompido se transforma em corpo lúteo, que produz o hormônio progesterona. A progesterona mantém o endométrio espesso e vascularizado, caso haja implantação do embrião. 

Se não houver fecundação, o corpo lúteo regride e os níveis de estrógeno e progesterona caem, provocando a descamação do endométrio e o início da menstruação.

💡 Dica: Primeira menstruação: o que esperar? 

Como é uma menstruação considerada saudável?

Uma menstruação saudável pode ter algumas variações de pessoa para pessoa, mas existem alguns aspectos que podem indicar se há algo de errado ou não. Veja alguns deles:

  • Duração do ciclo menstrual: um ciclo saudável, geralmente, tem de 21 a 37 dias. Se o ciclo for menor que 21 dias ou maior que 37 dias, pode ser um sinal de problemas de saúde. Por isso, é importante anotar a duração do seu ciclo em um calendário ou em aplicativos específicos. Um exemplo de aplicativo que pode ajudar a acompanhar o ciclo menstrual é o Clue.
  • Duração da menstruação: A menstruação costuma durar de 3 a 7 dias. Se o sangramento persistir por mais tempo do que isso, pode ser um sinal de alerta para possíveis problemas de saúde.
  • Quantidade de sangue: uma menstruação saudável, normalmente, envolve um fluxo de sangue que varia entre 30 ml e 50 ml durante todo o período menstrual. Para medir quanto de sangue você está perdendo, o coletor menstrual é a opção ideal. Ele é um copinho com medidor, mostrando exatamente quantos ml de sangue foi expelido. 
  • Cor do sangue: a cor do sangue da menstruação pode variar de acordo com o momento. Bem no comecinho e no final do período menstrual, o sangue tende a ser mais escuro, com um tom próximo de marrom ou vinho. Isso acontece porque o sangue demora mais para sair e oxida ao entrar em contato com o ar. Já no meio do período, ele costuma ser vermelho vivo e sair em grandes quantidades. Isso indica que o sangue é mais novo e está saindo mais rápido. Às vezes, coágulos podem aparecer. Esses são pedaços de sangue que endurecem fora do vaso sanguíneo e não são motivo de preocupação, a menos que sejam muito grandes ou frequentes. Essas variações são normais e não indicam problemas de saúde.
  • Cheiro do sangue: a menstruação também possui um cheiro específico, que se mistura com o odor natural da vagina. Esse cheiro pode variar de acordo com a alimentação, a higiene íntima, o tipo de absorvente e outros fatores. Mas é preciso ter atenção a possíveis mudanças. Se o cheiro ficar muito forte, desagradável ou diferente do habitual, pode ser um sinal de infecção vaginal

O que são desequilíbrios hormonais?

Os hormônios são substâncias que regulam diversas funções do nosso organismo, como o metabolismo, o crescimento, a reprodução e o humor. Quando há um desequilíbrio na produção ou na secreção de um hormônio, podem surgir vários sintomas que afetam a saúde e a qualidade de vida.

Um dos sinais mais evidentes de desequilíbrios hormonais nas mulheres é a alteração no ciclo menstrual. A menstruação depende de uma harmonia entre os hormônios estrogênio, progesterona, FSH e LH, produzidos pelos ovários e pela hipófise.

Quando há algum distúrbio nessas glândulas ou em outros fatores que influenciam a produção hormonal, como o estresse, a alimentação, o sono e o uso de medicamentos, a menstruação pode sofrer mudanças, como:

  • Irregularidade no intervalo entre os ciclos;
  • Variação na quantidade e na duração do fluxo;
  • Cólicas intensas ou ausentes;
  • Alterações na cor e na consistência do sangue;
  • Ausência de ovulação ou de menstruação (amenorreia);
  • Sangramento fora do período menstrual (spotting).

Essas alterações podem indicar diferentes condições de saúde, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP), o hipotireoidismo, o hipertireoidismo, a endometriose, a menopausa precoce, entre outras.

Para prevenir e amenizar os desequilíbrios hormonais, é recomendado manter hábitos de vida saudáveis, como uma alimentação equilibrada, a prática de exercícios físicos e o controle do estresse.

Quais doenças podem causar falta de menstruação?

A falta de menstruação, também chamada de amenorreia, é a ausência completa de sangramento menstrual por mais de três meses consecutivos. 

Ela pode ser normal em algumas situações, como antes da puberdade, durante a gravidez, durante a amamentação e após a menopausa. No entanto, em outros casos, pode ser um sinal de algum problema de saúde que afeta o sistema reprodutivo e hormonal da mulher.

Algumas das doenças que podem causar falta de menstruação são:

  • Síndrome dos ovários policísticos (SOP): é uma condição que provoca um desequilíbrio hormonal, levando à formação de cistos nos ovários e à dificuldade de ovulação. Além da amenorreia, a SOP pode causar outros sintomas, como excesso de pelos, acne, obesidade e infertilidade;
  • Problemas na tireoide: a tireoide é uma glândula que produz hormônios que regulam o metabolismo do corpo. Quando ela funciona de forma inadequada, pode haver alterações no ciclo menstrual. O hipotireoidismo (tireoide hipoativa) e o hipertireoidismo (tireóide hiperativa) podem causar amenorreia, além de outros sintomas, como cansaço, alterações de peso, queda de cabelo e palpitações;
  • Distúrbios alimentares: a anorexia e a bulimia são transtornos que afetam a relação da pessoa com a comida e com o seu corpo, podendo levar à desnutrição e à perda excessiva de peso. Esses fatores interferem nos níveis de estrogênio, o hormônio feminino responsável pela ovulação e pela menstruação;
  • Estresse: o estresse é uma resposta do organismo a situações de ameaça, medo ou ansiedade, que pode afetar o funcionamento de várias glândulas e hormônios. O estresse crônico pode aumentar os níveis de cortisol, um hormônio que inibe a ação do estrogênio e da progesterona, causando amenorreia;
  • Exercício físico intenso: a prática de atividade física exagerada ou sem orientação adequada pode causar danos à saúde, como a amenorreia. O exercício físico intenso pode aumentar os níveis de endorfinas e de ACTH, dois hormônios que podem diminuir a produção de estrogênio e impedir a ovulação.

Essas são algumas das doenças que podem causar falta de menstruação, mas existem outras possíveis causas, como defeitos congênitos, distúrbios genéticos, medicamentos, drogas, infecções, tumores, cirurgias e menopausa precoce.

A infecção urinária pode atrasar a menstruação?

A resposta é: depende. Em geral, a infecção urinária não interfere diretamente no ciclo menstrual, regulado por hormônios produzidos pelos ovários e pela hipófise. 

Na verdade, a infecção urinária é uma doença que afeta o sistema urinário, causada por bactérias que entram na uretra, na bexiga ou nos rins. Ela pode provocar sintomas como dor, ardência, urgência e frequência ao urinar, além de febre, mal-estar e sangue na urina. Ela tende a ser mais comum em mulheres do que em homens, devido à anatomia do aparelho genital feminino, que facilita a entrada de bactérias na uretra.

No entanto, existem alguns fatores que podem relacionar a infecção urinária com o atraso menstrual, como:

  • Medicamentos: alguns medicamentos usados no tratamento da infecção urinária podem alterar o ciclo menstrual, seja por interferir na produção ou na ação dos hormônios, seja por causar efeitos colaterais como náuseas, vômitos ou diarreia, que podem prejudicar a absorção de outros medicamentos, como anticoncepcionais orais;
  • Gravidez: a gravidez é uma das principais causas de atraso menstrual, e pode estar associada à infecção urinária de duas formas. Primeiro, porque a gravidez pode aumentar o risco de infecção urinária, devido às mudanças hormonais e anatômicas que ocorrem no corpo da mulher. Segundo, porque a infecção urinária pode causar sangramento vaginal, que pode ser confundido com a menstruação, levando a mulher a achar que não está grávida.

Portanto, a infecção urinária pode atrasar a menstruação, mas não é a causa direta desse atraso.

💡Dica: 5 dicas para evitar a infecção urinária

O sangue da menstruação pode transmitir doenças?

O sangue menstrual é saudável enquanto está no útero, mas pode incorporar bactérias depois que passa pelo canal vaginal. Ele consegue transmitir doenças quando a mulher é portadora de uma infecção sexualmente transmissível (IST), como hepatite e HIV, por exemplo. 

Nesses casos, há um risco maior de contágio para o parceiro ou a parceira que tiver contato direto com o sangue. Por isso, é recomendado usar preservativo durante as relações sexuais, mesmo na menstruação, para evitar a transmissão de ISTs.

Saber da sua saúde é fundamental, isso envolve observar a menstruação e entender quando algo não está certo. Por isso, cuide de você e conheça mais sobre o seu corpo, os riscos a que você se expõe e o que fazer para se proteger e fazer. Leia outros artigos do nosso blog também para se manter cada vez mais informada. Até a próxima! 

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